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Os velhos mitos continuam iluminando os nossos dias. Uma mulher espera, há onze anos, pelo regresso do marido, que volta para a casa depois de uma longa e acidentada travessia. Quando começa a temer a certeza da morte dele, recebe a carta de uma desconhecida que a informa de que o homem não morreu, e que vive com ela um amor apaixonado. A partir desse momento, surge uma intensa relação epistolar entre ambas, que acabará unindo os seus destinos.
Begoña Caamaño (Vigo 1964, Santiago de Compostela 2014) propõe uma nova leitura dos textos homéricos. Duas personagens femininas, ambas de extraordinária força: Circe e Penélope, a amante e a esposa, reconstroem a história desde a memória do homem (Ulisses), nem sempre desejado ou complacente. Conhecedora dos grandes recursos da literatura, a autora combina neste primeiro romance, a arte do relato mítico com os detalhes do olhar contemporâneo, que nos fascina desde as primeiras páginas. Recentemente recebeu o Prêmio da Associação de Críticos Espanhóis pelo seu segundo romance: Morgana en Esmelle.